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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Ruído - Como minimizar seus efeitos

Há algumas postagens, vim falando de ruído, e pelos comentários percebi que alguns leitores tinham uma certa dúvida sobre esse assunto.

Vou explicar com detalhes como o ruído acontece e como tentar evitar.

Pra começar, é bom ter em mente de como uma foto é formada. Foram as minhas primeiras postagens.


"Teoricamente, o ato de fotografar é nada mais que você controlar a passagem de luz refletida pelo assunto por um orifício, e esse feixe de luz tocar num filme sensível, como antigamente, e nos dias atuais, câmeras digitais, a luz chegar num sensor chamado CCD"


Esse foi também um trecho de umas das minhas postagens, mas só preciso desse parágrafo para dar a introdução.

O ruído surgiu junto com as câmera digitais, isto é, veio junto com os sensores das câmera digitais.
O sensor nada mais é que os substitutos dos filmes negativos, ele fica na mesma posição na câmera, faz o mesmo papel do filme, que é guardar a imagem, mas de uma maneira singular, a imagem é salva como vários pontinhos chamados de PIXEL. Só tem uma diferença... não precisa mais rodar o sensor nem rebobinar ele rsrs.
As imagens captadas pelo sensor são enviadas para um processador, e então enviadas para o cartão de memória ou outra qualquer que tenha disponível.

Pois bem, para tirar uma foto preciso de uma certa quantidade de luz, certo?
Vou falar de uma forma quantitativa.... somente para ilustrar:
Para tirar a foto X, preciso de um nível 10 de luz para ela ficar ideal
se eu tirar a foto com 5, ela ficará escura, se eu tiro com 15, ela ficará clara.

Vamos supor que eu esteja em um local bem iluminado, vou atingir a marca dos 10 sem nenhum problema!
Mas ai estou em um local de pouca luz, pra atingir esses 10 vou ter dificuldades, como:
Aumentar a abertura do diafragma: Mas algumas lentes tem limitações quanto a abertura grande;
então recorro à:
Velocidade maior: Mas ai corro o risco da foto ficar tremida.
então...
Aumenta o ISO: é aqui que o ruído é perigoso.

Em situações de luz ideal com nível 10, trabalho com ISO 200, fotos saem nítidas, perfeitas, mas em situações com menos luz e aumentando a sensibilidade do ISO, digamos, ISO 3200, consigo trabalhar nesses lugares com apenas nível 5.

-Oxi! como assim?? eu num preciso de 10 para a foto ficar boa? como a luz vai ficar boa só com 5? é mágica é?
Bom, mágica de certa forma, é tipo uma colaboração. O 5 que chega nesse sensor não é suficiente para iluminar todos os pixel, quando aumento o valor do ISO então os pixel que chegou alguma luz, vai tentar ajudar o pixel vizinho que ficou no breu, dando um pouquinho de sua luz que já é pouca, e assim vai... um pixel ajudando o outro, só que nessa onda de generosidade, uns dandos mais do que podem... outros recebendo mais do que devem. acaba gerando uma informação falsa de luz nesses pixel, o resultado são manchas na foto, o famoso e temido RUÍDO.






Ampliando o quadradinho amarelo:

Manchas na parte de sombra, ISO 3200

O ruído nas partes de sombras, pois é ai que a luz não chega no nível ideal, na parte clara o pixel está com uma luz melhor, portando o ruído é menos.

As câmeras atuais vem com sensores mais modernos, que mesmo em ISO alto, reduz os efeitos do ruído, eu disse REDUZ!
por mais que pareça que em ISO alto não tenha ruído, sempre vai ter!

Fotógrafos mais experientes as vezes precisam trabalhar com ISO alto, pois dependendo do momento não tem como usar velocidades lentas ou ainda trocar para uma lente clara naquele momento, como um casamento, por exemplo, onde perder AQUELE momento pelo simples fato de querer uma ótima qualidade onde o importante é a mágia de um beijo do casal, não dá pra pedir pra eles beijarem novamente, parar toda cerimônia, por um capricho seu. O jeito é ir com ISO alto mesmo, com certeza o casal nem vai reparar no ruído, vão ficar fascinados pelo momento fotografado e te agradecer.

Caso outros fatores não sejam mais importantes (como o instantâneo, emocional...) que a foto ser tecnicamente boa, o ideal é trabalhar com ISO baixo, e usar artifícios como a câmera fixa, bem apoiada num tripé, ou ainda o uso de lentes claras, etc...

Deu pra notar que o principal fator de ocorrência do ruído é o ISO.
Maior a sensibilidade do ISO, menor será a qualidade técnica da foto.

Grande abraço!
e dúvidas.. manda pergunta!

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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

EV - sabe o que significa?

Pergunta do meu amigo Biel:
"preciso de umas dicas de EV, por que as vezes minhas fotos tão com regulagem boa, mas partes ficam escuras, ou muito claras"

vou começar explicando o que é EV, vem do inglês “Exposure Value” (valor de exposição), comumente entre os fotográfos de EXPOSIÇÃO COMPENSADA, é um recurso útil para escurecer ou clarear a imagem, onde a máquina faz combinações entre a abertura do diafragma e velocidade para obter o efeito escuro ou claro.

Você já deve ter visto isso em algum canto da sua câmera. Geralmente as câmeras compactas vem com valores de -3EV até +3EV. Quando no automático, a câmera considera o valor zero, como o ideal. Mas pode ser mudado de acordo com o gosto do fotógrafo.

Valores negativos: combinação de diafragma e velocidade para foto ficar escura;
Valores positivos: combinação de diafragma e velocidade para foto ficar clara.

Em que isso pode ajudar?
As vezes você já tirou alguma foto que achou clara demais? Escura demais?

Clara demais: Isso pode acontecer fotografando na praia, por exemplo, a luz do Sol reflete na areia, deixa o ambiente com muita luz.

Escura demais: Um ambiente com luz forte em algum canto, mas seu assunto não está nessa luz, e a câmera não entende que você quer que a luz ideal seja no seu assunto, ela se ajusta a luz mais forte. A pessoa em um por do Sol, por exemplo.

O que esse EV pode fazer?
como o nome já diz, ele vai compensar a falta ou excesso de luz, equilibrando a velocidade junto com diafragma para ter a exposição desejada.

valores negativos deixarão sua foto menos exposta a luz, a câmera se programará para aumentar a velocidade, por exemplo, com a captura da imagem mais rápida, menos luz entrará.

Com valores positivos, é o inverso, a velocidade ficará mais lenta, mais luz entrará.

A dúvida do meu amigo Biel, não é diretamente do EV, mas sim do contraste do ambiente. Acredito que não seja culpa do EV, mas do tal contraste, só vendo a foto para dizer como proceder, mas vou prosseguir com exemplo. Ele deve tá tirando fotos de um lugar onde tem áreas de sombra e áreas bem iluminadas no mesmo cenário, um exemplo: fotografando o quarto (na sombra) com a janela exposta ao Sol (bem iluminada). O que pode acontecer?

Se focar na janela, a câmera entenderá que há muita luz, regulará a velocidade para ser mais rápido, com isso a janela sairá com exposição ideal, mas dentro do quarto ficará escuro.
Velocidade 80, f 5.6 EV 0, luz ideal para a janela, mas insuficiente para a prateleira

Se focar em algo dentro do quarto, a velocidade será menor, dentro ficará nítido ou bem visível, mas a janela, coitadinha, ficará com muita luz, como dizemos, estourada.
Velocidade 10, f5.6, EV 0, luz ideal para prateleira, mas exagerada para a janela

"Cutucar" no EV nesse caso não seria a solução.

As câmeras lançadas hoje já vem com software que reduz essa dificuldade em ambientes com muito contraste, clareando as áreas de sombra.


A minha não tem isso, e ai?
Dica: A solução que darei é para o exemplo que citei. Se não for possível evitar a foto com os dois extremos de luminosidade:

Nas compactas: 
utilizar o flash, mesmo de dia, ajuda a diminuir esse feito principalmente sob Sol intenso, nas partes iluminadas já estará bem exposta, e nas partes de sombra o flash iluminará. Deixando EV no zero (padrão).

Nas profissionais e semi-profissionais: 
Modo manual-Ajustar o fotômetro na parte iluminada e ajustar a potência do flash para a parte da sombra.
Modo automático: proceder do mesmo jeito das compactas.


Velocidade 80, f5.6, EV 0, Luz ideal para a janela, e na prateleira a luz do flash

O EV é quase sempre usado no padrão (zero), mas pode ser usado para dar um tom mais artístico, por exemplo, querer estourar a foto propositadamente, ainda escurecer.

Exposição para estourar propositadamente, EV +2, Foto: Carolina Dantas

Foto escurecida, EV -2

E ai Biel, ajudou?
Abraços!

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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Introdução às lentes

Recebi a seguinte pergunta de Larissa - Recife: 
"Ei Léo, faz uma matéria explicando sobre os tipos de lentes, por favor?! Sabe, tem umas que são 18mm, outras 200mm..."


Bom Larissa, gostei dessa pergunta, esse é um assunto que muitos amadores não dão o valor, mas que faz a maior diferença para a fotografia.


Para entender as lentes, vamos começar falando desses números que você mencionou, 18mm, 200mm, etc.
Esses valores são denominados distância focal, é a distancia em milímetros entre o ponto de convergência da luz até o ponto onde a imagem focada é projetada no sensor.


E não são mais denominadas lentes, e sim OBJETIVAS, objetiva 18mm, objetiva 200mm, etc.
A partir dai, as objetivas são divididas em:

  • Grande angular;
  • Normal;
  • Teleobjetiva
Valores menores que 50mm são consideradas grande angular, diria que entre 45mm e 55mm é uma lente normal, e maiores que 55mm são as teleobjetivas.


cada grupo tem suas características.


Grande angular
sua principal característica é o grande ângulo de visão, ela consegue englobar grande parte do assunto, ideal para paisagens e ambientes. os efeitos da profundidade de campo são menores.
Outra característica marcante é que ela distorce a imagem nas proximidades das bordas, quanto menor for a distância focal, maior será a distorção. Algumas lentes são tão grandes a distorção que recebem um apelido carinhoso, olho de peixe.
A grande angular tem o dom de afastar as coisas, ela dá a impressão que os objetos estão mais afastados do que parece no real, e quanto maior a distância entre duas coisas na foto, maior é a impressão de afastamento.
Ambiente com objetiva 18mm

olho de peixe 7,5mm - campo de visão de 180º

10mm - impressão de afastamento entre as coisas

Normal
O nome já diz "normal", com ela a imagem que se forma é a mais próxima possível que enxerga o olho humano, sem aberrações ou distorções. tem uma profundidade de campo moderada. o campo de visão também é moderado... ahhhh tudo é moderado com ela! rsrsrsrsrs Mas isso não quer dizer limitações, muito pelo contrário, a objetiva 50mm é a queridinha de muitos fotógrafos, muitos chamam carinhosamente de "cinquentinha". Por ela ser uma lente fixa, sua abertura do diafragma são maiores (abertura de 1.4 e 1.8) e isso permite trabalhar em locais de pouca luz sem ter que aumentar o ISO. Por ter essa abertura e permitir fotos com pouca luz, a "cinquentinha" é uma lente clara.
Consideradas lentes claras tem valores de f menores que 2 (lembre-se, quanto menor o valor de f, maior abertura, então maior passagem de luz)



Eu ainda não tenho uma 50mm fixa, mas a lente que tenho possui a graduação de 50mm e a maioria de minhas fotos são com 50 mm, justamente por não ter distorções, por fotografar muito pessoas, ninguém fica com cabeção, ou perna fina demais, ou baixinha...

50mm, sem distorções ao longo da imagem

50mm fixa da Canon, abertura de f 1.8
Teleobjetiva
Distância focal maiores que 50mm, são usadas para fotografia a longa distância. O campo de visão diminui a medida que aumentamos os valores da distância focal. Em outros fatores, é o contrário da grande angular, ela diminui a profundidade de campo, isto é, aumenta os efeitos, objetos mais desfocados quando estiverem em planos diferentes ao assunto focado. da mesma forma que a grande angular afasta, essa aproxima objetos que estão em planos diferentes. 
São mais usada em esportes, natureza e astronômia.
quando maiores de 200mm, ela são facilmente indentificáveis pelo seu tamanho, conhecidas como canhão.
1200mm! caixa d'agua à 1,5km do fotógrafo, impressão que prédios e a caixa d'agua estão no mesmo plano, impressão de aproximação entre planos

86mm - foto de Biel_click
Lente conhecida como canhão

apresentadas os 3 grupos e suas principais características, existe ainda as objetivas zoom, não é nenhuma denominação nova, é apenas varias objetivas em uma só, quando se vê "objetiva 18-55mm" é que essa objetiva varia de 18mm a 55mm, essa mudança é feita girando um anel que fica no corpo na lente. São bastante versáteis, pois nem todo momento convém ficar trocando as objetivas. mas isso encarece e muito o preço delas.

Vermelho - Anel da objetiva
1º circulo amarelo - Variação da objetiva, nessa vai de 24mm a 120mm
2º circulo amarelo - menor abertura do diafragma possível, em 24mm é f3.5 e em 120mm é f5.6

E nas compactas? 
Nas compactas não usa o termo de objetivas nem a distância focal, todos chamam apenas de ZOOM, mas não quer dizer que não existe distância focal, existe sim!
se não vier escrito na parte frontal da lente, vem no manual de quanto a quanto a distância focal varia.

"minha câmera tem zoom ótico de 3x"
quando falam isso, repare que na maioria das câmeras, vai ter escrito a equivalência de distância focal.


Câmera compacta Kodak zoom de 3x, 36mm - 108mm (equivalent) escrito na própria lente


E os efeitos de cada equivalência vão ser próximos a uma grande angular, normal ou teleobjetiva.
A grande maioria dos meros mortais que utilizam a compacta diariamente, utilizam o zoom delas de maneira apenas a enquadrar, pegar fotos de longe e outras coisas que o convém, mas não imagina os efeitos que proporciona na foto.

O assunto lentes não termina ai, é um assunto muito amplo, pois existem lentes de todo tipo de qualidade, cada uma com sua função, expliquei de forma resumida mas espero ter tirado a dúvida de Larissa e muitos outros. E se ainda restaram dúvidas, é só entrar em contato!



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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Enquadramento - Composição

No post anterior expliquei como funciona a regra dos terços, que é uma tática para deixas as fotos harmoniosa, com um toque de requinte ;)

Mas não basta só usar a técnica da regra dos terços, uma ajuda importante a ela é a composição da foto.
frequentemente as pessoas se concentram no assunto principal, mas ignoram ao redor.

A composição da foto são os elementos que estão na fotografia, seja eles focados ou não, eles vão completar o sentido, dar harmonia, beleza, inspiração para o assunto principal, muitas vezes ele dá profundidade a foto.

e como conseguir?
São raros os exemplos que se consegue uma boa composição com uma foto instantânea, "mirou, apertou.. CLICK"
-Que foto maravilhosaa!

não é assim, acontece, eu sei... mas uma boa foto com composição ela é pensada, se consegue colocando figuras, objetos em determinadas posições, mudando o ângulo da câmera.

Nada melhor que utilizar exemplos!

Na primeira foto, utilizei a regra dos terços, com foco na palha do coqueiro.
Mas ta faltando algo na foto... tá um vazio, sei la...
Ai que de longe eu vejo uma jangada se aproximando! Esperei uns 10  minutos ela chegar na posição desejada. Usei ela como composição. Mesmo a jangada desfocada, mas deu o elemento que faltava.

Jangada ajudando na composição

Novamente usei a regra dos terços, e as bandeiras usei como composição:

E a banda de forró? Pois ela nada seria se tivesse ninguém pra dançar!

Ponte ao fundo fazendo a composição

o sapato com a própria modelo como composição
O sapato vermelho em foco

Para quem começa é meio complicado de encontrar os ângulos, encontrar os elementos para a composição, visualizar de cara a regra dos terços, mas com o tempo isso vem naturalmente, você vai posicionar a câmera sem nem notar que tá seguindo a regra.